História da Quinta da Terrincha
Mónica Seixas Pinto
A paixão pelo Douro e o Vale da Vilariça originou o chamamento às origens da atual administradora da Quinta da Terrincha, filha da proprietária Odete Dias. Engenheira Civil de profissão, colocou mãos à obra com o início da recuperação das casas que, anteriormente eram dos trabalhadores, conectando-as assim ao ramo turístico. O seu dinamismo fez com que alargasse uma oferta turística diferenciada na vertente rural e valorização do enoturismo, não descoroando toda a envolvente agrícola. No início deste projeto, a Quinta da Terrincha tinha cerca de 45 hectares de vinha, hoje conta com mais do dobro, aumentando a produção a cada ano.
Os 100 hectares de olival que a Quinta dispõe servem para a produção única de azeite Biológico de própria confeção na nossa quinta.
Dos projetos anteriormente mencionados, a atual administradora investiu também na reestruturação do salão de eventos, na reconstrução da Casa Mãe e no restaurante, fazendo assim da Terrincha um local de excelência. Com o dom do saber receber, Mónica Seixas Pinto, mãe de Maria e Duarte dedica a maior parte da sua vida à Quinta da Terrincha.
A História
A Quinta da Terrincha conheceu os seus primórdios antes da formação de Portugal. Acredita-se que reunia todas as condições para ser considerada como Villae Romana, uma vez que apresenta vestígios da romanização. Para além de ter sido ocupada por colonizadores de Roma, a Quinta da Terrincha sofreu influência de outros povos, como Muçulmano, com atividades desde sempre associadas à produção de produtos agrícolas.
Posteriormente à formação de Portugal, a Quinta da Terrincha era uma unidade territorial agrícola administrada pelo Rei, mantendo-se na posse de D.Sancho I até ao Século XV. Foi D. Afonso V que cedeu as terras à nobreza, a Álvaro Pires Machado, que, até então, estavam sob domínio da coroa, como forma de pagamento de serviços que este nobre prestou ao Rei na armada e conquista de Alcácer Quibir, em África. A Quinta da Terrincha, desde esta época, manteve-se em famílias de tradição genealógica importante, com papel ativo na condução da vida nacional e regional. No fim do século XX, a Quinta da Terrincha encontrava-se num estado de degradação devido ao seu abandono, observando se as construções em ruínas e a produção agrícola em claro descuido. Nesta altura, a família Seixas Pinto, atual proprietária, adquiriu a Quinta da Terrincha e, desde então, existe um forte investimento que visa a modernização da propriedade. Atualmente, considerada como uma das mais valiosas quintas da região e país, aproveita toda a sua envolvência e potencialidade, desde a fertilidade do Vale da Vilariça até ao ambiente calmo e relaxante, para desenvolver as áreas em que hoje se encontra vinculada: Turismo Rural, Vinicultura, Produção de Azeite, Produção de Queijo, entre outras produções agrícolas que permite a autossustentabilidade da Quinta.
Olival das Fragas & Capela de São João Batista
Olival das Fragas
O nosso azeite é extraído dos vastos 80 hectares de olival, na sua maioria centenário, presente no Olival das Fragas e que pode ser visitado no interior das instalações da Quinta da Terrincha. No mesmo olival é possível observar um muro que os historiadores classificam como romano. Alguns elementos desta área, como a imponência dos paredões, a topografia do terreno, a densidade e a longa diacronia dos materiais e a abundância de materiais importados, poderão indiciar um estatuto superior ao de povoado aberto dessa era, o que remonta à presença romana nesta área.
A Capela de São João Batista
A Capela de Santo António foi erguida segundo os sistemas de construção de templos religiosos (nascente-poente), de modo a demonstrar o esplendor do seu interior pelas horas finais do dia. Trata-se de um edifício que remonta ao séc. XIX, mais especificamente ao ano de 1879, com uma planta quadrangular e construção em granito. A Capela possui apenas uma entrada, indicando robustez e características de estilo românico. No interior encontra-se um altar simplista em talha dourada e policromada. Relativamente ao teto o mesmo é em estrutura de formato maceira, igualmente policromado e com motivos figurativos e vegetalistas.
No centro do teto é possível observar uma imagem de São João Batista, o que leva a crer que a denominação da Capela seja referente a esta figura. De salientar ainda, que a capela sofreu uma restauração no ano de 2018, de modo a preservar a arte religiosa.